Por enquanto, o governo acompanha o desempenho da reforma trabalhista no Senado para medir a força que ainda tem. O Planalto esperava conseguir votar a reforma trabalhista em 28 de junho, mesmo dia em que encerrará a votação da matéria em todas as comissões do Senado. Jucá, no entanto, ponderou que o texto não deverá ser encaminhado no mesmo dia para o plenário. A votação deve esperar uma semana, o que dará mais tempo ao governo para mobilizar a base após a derrota na CAS, anteontem, com diferença de um voto.
Na CAS, o relatório considerado foi o do senador Paulo Paim (PT-RS), contrário ao projeto de lei. Os relatórios da CCJ e da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), já aprovados, são favoráveis à proposta. Questionado sobre a reação do mercado à derrota na CAS, Jucá foi enfático ao afirmar que o resultado na CAS “não significa nada” e que “quem reagiu mal não conhece o regimento da Casa”:
— Os relatórios irão para o plenário, e no plenário será escolhido um relatório. Na hora em que um for votado, os outros relatórios perdem a eficácia. Portanto, ontem (terça-feira), foi uma vitória de Pirro. Se alguém quer especular em cima de uma vitória que não tem nenhum conteúdo prático, cada um tem o direito de fazer o que quiser.
SEM CAMPANHA PUBLICITÁRIA
Apesar do revés na CAS, a reforma trabalhista seguiu o trâmite previsto. Ontem, Jucá, que também é relator da constitucionalidade da matéria, leu seu parecer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O relatório é favorável ao projeto e diz que o texto não suprime direitos, fortalece sindicatos e reduz custos para empresários. A votação do parecer está marcada para a próxima quarta-feira. Só na semana seguinte a matéria será votada em plenário.
No caso da reforma da Previdência, o governo alega que não há agência publicitária para fazer a campanha pró-mudanças na Previdência e diz que precisa concluir o processo de seleção. Além disso, a verba destinada a essa finalidade já se esgotou. E o presidente Michel Temer tem dado prioridade a encontrar uma forma de impedir que o Congresso aprove a abertura de um processo contra ele por corrupção e obstrução de justiça, pedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Fonte: O Globo